A partir de agora Rondônia se destaca como polo estratégico para pesquisa e inovação em saúde no país

A partir de agora Rondônia se destaca como polo estratégico para pesquisa e inovação em saúde no país

A visita do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta terça-feira (16) a Rondônia marcou um momento histórico para a ciência, a saúde pública e o desenvolvimento regional. Em Porto Velho, Padilha participou da cerimônia que oficializou a consolidação da Fiocruz na Amazônia, com a inauguração do Centro de Clima e Saúde e o início da mudança definitiva da Fiocruz Rondônia para suas novas instalações.

O evento reuniu autoridades políticas, pesquisadores, gestores públicos e representantes de instituições parceiras. Em seu discurso, o ministro destacou que a crise climática já é uma crise de saúde pública global, com impactos diretos sobre os sistemas de saúde, especialmente em regiões vulneráveis como a Amazônia.

“A crise climática é uma crise de saúde pública. Hoje, um em cada 12 hospitais do mundo já teve seu funcionamento interrompido por eventos climáticos extremos”, alertou Padilha.

Segundo o ministro, o Brasil tem avançado no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), citando a redução de 75% nos casos de dengue em 2025, resultado de ações integradas de vigilância, prevenção e atenção básica. No entanto, ele ressaltou que o aquecimento global está alterando o mapa das doenças, ampliando a circulação de vetores, como o mosquito da dengue, para regiões antes livres dessas enfermidades.

Padilha também chamou atenção para os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde na Amazônia, que lidam com ciclos extremos de seca e cheia, dificuldades logísticas, escassez de insumos e sobrecarga física e emocional. Além disso, destacou os impactos prolongados das tragédias climáticas na saúde mental das populações atingidas.

Centro de Clima e Saúde: marco estratégico

A inauguração do Centro de Clima e Saúde da Fiocruz em Rondônia, segundo o ministro, representa um marco estratégico para o país. O novo espaço nasce com a missão de articular pesquisa científica, inovação e cooperação institucional, integrando políticas públicas, saberes acadêmicos e conhecimentos tradicionais para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde.

“Rondônia passa a abrigar o primeiro Centro de Clima e Saúde da Fiocruz. Isso coloca o estado no centro desse debate e dessa ação estratégica para o Brasil e para a Amazônia”, afirmou Padilha.

O ministro destacou ainda que a escolha de Rondônia se deve tanto à trajetória histórica da ciência no estado, iniciada com a chegada de pesquisadores e a criação da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), quanto à urgência dos desafios atuais. A região está entre as mais impactadas por queimadas, secas extremas e seus reflexos diretos na saúde da população.

Ao encerrar a agenda na Fiocruz, Alexandre Padilha reforçou que enfrentar a crise climática e defender a democracia são desafios indissociáveis para garantir o direito à saúde.

“Sem democracia não existe SUS. E sem enfrentar as mudanças climáticas, não há como proteger a saúde das pessoas”, concluiu.

A consolidação da Fiocruz na Amazônia, segundo o ministro, representa um passo decisivo para o futuro da saúde pública no Brasil, colocando Rondônia como referência nacional e internacional na articulação entre clima, ciência e saúde.

Com informações da Rádio Conecta
Fotos: Rádio Conecta

Tags: