Nesse sábado, 7 de setembro, a Arquidiocese de Porto Velho, com sua missão de ser uma Igreja em saída e no Cuidado com a Casa Comum, tomou as ruas das periferias com o 30º Grito dos Excluídos e Excluídas. O evento, que ocorre anualmente, tem como tema “Vida em Primeiro Lugar” e o lema provocativo: “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”.
O Grito dos Excluídos e Excluídas tem como tradição abordar causas sociais e ampliar a voz de quem precisa ter seus direitos garantidos, respeitados e reconhecidos. Em Porto Velho, a caminhada partiu da Comunidade São Lucas, no bairro Três Marias, e seguiu até a Comunidade Rainha da Paz, no bairro Fortaleza, ambas pertencentes à Paróquia Nossa Senhora do Amparo.
O evento contou com a participação de diversas representações: comunidades locais, padres, religiosas, o Coletivo de Mulheres de Todas as Cores, lideranças comunitárias, jovens, pastorais, organismos e moradores dos bairros envolvidos. Durante o percurso, houve momentos de falas, meditações, orações e reflexões sobre as condições sociais da cidade, ressaltando a necessidade urgente de políticas públicas nos bairros mais vulneráveis.
Dentre as questões levantadas ao longo do trajeto, destacou-se o aumento alarmante de indicadores negativos, como a violência, feminicídio, poluição, falta de saneamento básico e queimadas. “Precisamos lembrar que todas as formas de vida importam e nós precisamos chamar a atenção do representantes públicos para que algo seja feito urgente”, enfatizou um dos participantes durante a caminhada.
No encerramento, o padre Geraldo Siqueira, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, fez um apelo emocionante: “Essas famílias aqui sofrem muito e continuam sofrendo. É preciso que a sociedade assuma sua responsabilidade e aja em favor dessas comunidades. Não podemos permitir que esse Grito se encerre aqui, precisamos continuar lutando por essas pessoas”, ressaltou padre Geraldo.
Durante a celebração, Dom Roque Paloschi, Arcebispo de Porto Velho, destacou o papel essencial da Igreja e a importância do Grito dos Excluídos. “Vida em primeiro lugar. Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?” questionou, ao falar sobre o cuidado com a Casa Comum. Ele também lembrou a vontade divina, afirmando: “O Pai deseja que todos tenham vida, e vida em abundância”.
A missa foi concelebrada por Frei Faustino, do Santuário Nossa Senhora Aparecida, Padre Alessandro, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, e Padre Geraldo Siqueira. Como gesto simbólico de cuidado com a Casa Comum, ao final da celebração, foram distribuídas mudas de árvores frutíferas e ornamentais aos participantes.
Celebrando 30 anos, o Grito dos Excluídos e Excluídas reforçou sua luta pelo respeito aos direitos de todos: crianças, idosos, mulheres e pela preservação da natureza. “Direito à cidade, direito à água potável, direito à segurança, saúde e educação. Direito dos rios, das matas, dos animais. Vida sim! Morte, não!” ecoou ao fim da caminhada, com o compromisso de seguir na defesa da dignidade humana e da Casa Comum.
Com a colaboração de Veridiana Bastos – Diretora da Cáritas Arquieiocesana
A seguir, algumas fotos da ação